Escuta e presença, uma forma de cuidar

Tecendo Diálogos | Um dos caminhos para se cuidar da saúde mental
16/03/2021

Em tempos de pandemia, temos nos perguntado como ajudar crianças e adolescentes a lidar com o estresse ocasionado por uma situação prolongada de restrição de contato interpessoal e de circulação em espaços, sem falar da perda de pessoas importantes. Diversos especialistas têm se debruçado sobre essa questão, e a abertura para a escuta e o diálogo é apontada como um dos caminhos para se cuidar da saúde mental deles.

Alguns sentimentos como medo, tristeza, raiva, saudade invadiram nosso cotidiano, colocando-nos o difícil desafio de encará-los não só como uma ideia, mas como um fato em nossas vidas. Isso não foi diferente com nossos filhos, pois eles estão inseridos no mesmo mundo e contexto que nós, embora tenham uma forma diferente e específica de lidar com essas experiências e demonstrar seu desconforto.

Escutar pode parecer algo banal, porém exige muito de nós, especialmente porque não fomos educados para o exercício da escuta nem acostumados a tomar doença, saudade, medo e morte como temas pertinentes ao universo infantojuvenil, desejando muitas vezes que esses sejam banidos da experiência de nossos filhos e filhas. Talvez por não sabermos como abordá-los, talvez por não querermos falar sobre algo que nos é doído, geralmente preferimos calar. No entanto, todos esses sentimentos fazem parte da vida deles, independentemente de querermos ou não.

Mas por que temos que falar sobre isso? O que e como podemos conversar?

Proporcionar espaços de conversa e de escuta com as crianças e com os adolescentes nos possibilita ter acesso à compreensão deles sobre o mundo, que pode ser bem diferente do que imaginamos, e nos dá pistas do que eles precisam de nós. Acolher seus sentimentos e pensamentos os encoraja a se expressarem e terem nos adultos uma referência de segurança para seus questionamentos sobre o que pode se apresentar confuso e ameaçador. Diante de tantas informações que circulam, é importante ter alguém que filtre e faça a mediação do que pode ajudá-los a se organizar, respeitando seu momento de desenvolvimento.

Para além de darmos informações necessárias para eles se cuidarem e compreenderem o que está acontecendo ao seu redor, precisamos estar atentos ao nosso papel de adulto de acolher seus incômodos, sinalizando que eles não estão sozinhos. Mais do que ter respostas, coloca-se a importância de estar junto e de tentar entender seu mal-estar. Não temos ainda uma data, uma saída definida para o que estamos vivendo, mas faz uma diferença podermos falar dos estranhamentos e nos sentirmos amparados, sabendo que podemos construir alguns caminhos com as pessoas que amamos.

Acreditamos que, neste momento, tanto a família como a escola estão sendo solicitadas a ser uma presença efetiva, que acolhe e cuida. Abrir espaços de escuta e propiciar a expressão dos sentimentos e inquietações referentes às vivências das mudanças em sua vida pode contribuir para a maior segurança e resiliência de crianças e adolescentes.

Temos procurado oportunizar a escuta e a expressão em nosso cotidiano escolar e fazemos aqui o convite para que as famílias estejam atentas a essas questões e possam aproveitar os momentos de convivência para escutar uns aos outros. Assim, disponibilizamos, em anexo, alguns materiais informativos que podem contribuir para uma maior reflexão ou mesmo serem disparadores de uma boa conversa.

Confira mais conteúdos do Projeto Tecendo Diálogos clicando aqui.

Serviço de Psicologia Escolar - SPE

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