“Um tema justo”, assim Pedro Ângelo define a escolha da comissão de elaboração da prova de Redação do ENEM de 2015, que pôs milhões de alunos de todo o Brasil a refletir e discorrer sobre “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Pedro “nadou de braçada”, sentiu alívio ao abrir a prova e se deparar com a questão. Ele conhecia bem o contexto, a realidade e as implicações dessa violência que se dá no cotidiano. Foi graças à Olimpíada de História, da qual fez parte, que ele chegou à mulher que virou símbolo da luta contra a impunidade que historicamente marca a violência contra a mulher.

“Entrevistamos a Maria da Penha, que deu nome à Lei Maria da Penha, como uma das etapas da Olimpíada de História. Quando vi na redação a mão, o símbolo da campanha “Feminicídio: Basta”, senti um alívio. Aprendi muito com aquela conversa de uma hora e fiquei impressionado com o que ouvi. Passei a entender o feminismo, a inoperância do sistema judiciário nesses casos, o contexto em que essa violência se dá. Tudo isso ajudou muito na redação”, explica Pedro.

Caio Brasil também era da equipe olímpica e esteve naquela entrevista com a mulher que perdeu os movimentos do corpo em função de uma tentativa de assassinato cometida pelo então marido. “Maria da Penha é uma sumidade, uma referência para o movimento feminista em defesa dos direitos das mulheres. Eu saí com um olhar totalmente diferente, mais atento a posturas machistas. O tema da redação, embora exija uma argumentação mais aprofundada, é acessível, está próximo de qualquer um de nós”.