O tempo rodou de repente nas voltas do meu coração.

Como medir o tempo?

Pelos dias de chuva ou pelos mergulhos no mar?

Quem sabe pelas boas notícias, pelos olhares correspondidos ou pelos abraços de despedida.

Talvez pelo amanhecer dos dias ou pelas luas cheias.

Pelos tombos na caminhada, pelos degraus subidos ou pelas graças recebidas.

Pela vida que veio, que foi, pelos sorrisos distribuídos.

É que 106 anos é um tempo que pode ser longo, mas pode ser breve.

Para quem ama pode ser um piscar de olhos ou um filme que traz saudade.

Para quem correu pelos corredores, desceu no escorregador, sentiu o coração pulsar pela primeira paixão, descobriu coisas incríveis, teve que refazer uma prova, entristeceu-se por uma nota baixa, viu seu nome na lista dos aprovados... pode ter sido muito, muito rápido.

Para quem fez amigos para toda a vida, brilhou o olhar ao enxergar o futuro, dobrou os joelhos na capela ou vibrou por um gol pode ter sido como um breve sopro.

Tempo que gostaríamos de congelar, pois traz sentimentos e cheiros de infância e juventude.

Mas a vida nos impulsiona para a frente. Ela nos move para ir além. Ela nos provoca a dar passos curtos ou longos.

Amor verdadeiro, que se importa com o outro, que é capaz de fazer renúncias e celebrar as conquistas, deixa o coração e o olhar fazerem uma festa com as mudanças.

Nessa mudança, podemos ter visto nascer um filho, concluir com mérito novas fases de estudo, vitórias na profissão, perdas, recomeços, novas vitórias.

Então nos damos conta de que o tempo é circular. Ele nos envolve fazendo-nos girar como as próprias voltas da vida.

E aqui chegou o Colégio Santa Cecília nos seus 106 anos, de forma também circular:  firme, leve, generoso e jovem.

Ivan Guimarães – Gerente do Setor de Comunicação