Essa Casa me deu asas

Carta de Iasmin Brilhante, autora da música “Pra Toda a vida”.
13/11/2019

Poucas pessoas sabem, mas a frase "essa casa me deu asas para toda a vida", da música que fiz para o meu colégio, não veio em vão para a minha cabeça. Por acaso, eu acabara de ler um texto de Rubem Alves, "Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas", que fala: "Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado".

Diante disso, criei uma das minhas mais belas obras, a música "Pra toda a vida". Fico tão realizada e feliz quando usam a frase, quando cantam a música, quando de fato levam a essência que quis passar. Isso é mágico. E, de fato, como disse Rubem Alves, há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. E eu não tenho nenhuma dúvida de que o Santa Cecília é uma dessas casas raras que são e dão asas. Casa. É tão curioso chamarmos assim um lugar que era para ser um mero centro de estudo. Mas não tem como ser. Não tem como ser "apenas".

O Santa é TUDO. Foi lá onde eu aprendi que todos têm seu valor, que todos têm seu espaço no mundo, que ser gentil assim do nada vale super a pena, que receber um simples bom-dia é como ganhar na mega-sena para outros, que tudo tem seu valor e seu determinado momento. A tudo isso? Gratidão. Uma palavra tão usada atualmente, mas tão significativa. Gratidão à vida, que me deu a oportunidade de viver tudo isso aqui. Gratidão a Deus, por toda a proteção e carinho. Gratidão aos meus pais, por me proporcionarem essa vivência. E gratidão ao Santa Cecília, pelo amor, pelo cuidado, pelos ensinamentos e pelas asas.

Agora é hora de traçar longos voos! Sem, claro, nunca me esquecer de onde eu vim. Se o Santa Cecília fosse uma pessoa, com certeza agora eu lhe daria um abraço bem forte e diria: Eu vou, mas volto, tá? Tudo que você me ensinou está guardado aqui, no meu coração. Nunca esquecerei, nunca deixarei e nunca irei de fato embora. Um até logo é propício para esse momento, não de despedida, mas de mudança de fase. Obrigada, meu amigo! Obrigada. Até já!

Iasmin Brilhante é aluna do 3º ano do Ensino Médio e autora da música “Pra toda a vida”.

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