Gincana e cidadania

Entrevista com José Otávio Braga, arquiteto e urbanista, que participa da Gincana da SICE.
17/09/2014

A cada ano a Gincana da SICE aposta em inovações que vão formando o caráter cidadão dos alunos. Uma das novidades na edição de 2014 é a presença de representantes do Movimento de Ativismo Urbano-Digital que vêm para um bate-papo com alunos e ainda realizam uma “ação direta” em que saem pelos corredores do Colégio aplicando a “multa moral”.

O encontro reuniu, no último dia da SICE, sexta-feira, 19 de setembro, José Otávio Braga, ex-aluno, arquiteto e urbanista e representante do Fórum de Direitos Urbanos; Valder Cantídio, pai de aluno e um dos moderadores de uma página nas redes sociais que denuncia infrações de trânsito em Fortaleza e Celso Sakuraba, ex-aluno, advogado e presidente da Ciclovida. 

Conversamos com José Otávio, só um “aperitivo” para o que vem por aí.   
 

Santa Cecília - Os direitos urbanos podem ser entendidos como uma luta pela cidadania. O que deve ser reivindicado e como envolver a população da cidade?
José Otávio - Devemos reivindicar todos os direitos urbanos: habitação, saneamento, meio ambiente, mobilidade, democracia e cidadania para nós e para todos que vivem nesse ecossistema chamado cidade. Para envolver as pessoas é importante mostrar segurança do que se fala, convidar elas a discutir conosco, exemplificar e dar a oportunidade que todos possam ajudar.

SC - Como se dá a ação direta que vocês fazem aplicando a “multa moral”? Qual o objetivo?
JO - A ação da multa moral se dá com a aplicação de uma "multa" produzida por nós, em que são listados diversas infrações ao trânsito, ao meio ambiente e até à cidadania. A “multa” deve ser entregue ao infrator, enquanto se fala (sempre com simpatia) dos problemas daquela ação, de como algo que, aparentemente, pode parecer inocente acarreta problemas para dezenas de pessoas.

SC - Como pensam em trazer a experiência educativa, de rua, para dentro da escola?
JO - Acreditamos que poderia ser produzida uma versão da multa moral pelo colégio e/ou alunos denunciando os problemas que existem no dia-a-dia como, por exemplo, um atraso na aula, alguém que dorme na explicação, alguém que fura a fila da cantina, desrespeito com um coleguinha. Coisas que possam ser combatidas e conscientizadas para melhorar o convívio entre as pessoas e o ambiente.

SC – Como o Santa Cecília interferiu na sua formação que hoje envolve arquitetura, urbanismo e intervenção social?
JO- O Santa Cecília interferiu na minha formação de arquiteto, urbanista e ativista social quando, desde pequeno, formou a ideia do respeito ao próximo e dos conceitos de liberdades individuais que me ajudam até hoje a tomar minhas decisões... além de terem realizado o teste vocacional que me indicou a carreira de arquitetura e urbanismo.

 

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