O valor do afeto

A sala de aula e os corredores são espaços de estímulo às boas práticas.
17/06/2016

A sala de aula pode ser uma importante trincheira contra a banalização da violência. A professora de História e Filosofia do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Marília Serra nada contra a corrente quando o tema é violência e intolerância. A cada sinal de incompreensão em sala de aula, ela rebate com um tom de voz suave, com conteúdos que afirmam o valor do amor e da solidariedade, com ensinamentos que trouxe de casa: “Eu fui educada pelo valor do afeto e não abro mão de reforçar coisas belas que não são divulgadas. De ver a vida com outros olhos”.

Marília propôs aos alunos do 9º ano do Ensino Médio o desafio de encontrar nos grandes jornais notícias positivas, que provoquem a reflexão sobre boas práticas, que estimulem sentimentos de compaixão, de amor, de bondade, de fraternidade. O seu intento já reflete em pequenas mudanças de comportamento. Ronald Rios, aluno do 9º ano, que começa a escrever seu primeiro livro de ficção, baseado em fatos, tinha como personagem principal um norte-americano arrogante, considerado o “homem mais inteligente do mundo”.

As aulas da Marília o fizeram refletir sobre a personalidade do sujeito. “Resolvi repensar o meu personagem porque conhecimento é poder e poder sobe à cabeça. Ele será, na verdade, um filósofo, alguém muito humilde porque tem consciência de que nunca vai saber tudo. Afinal, o sentido da vida é a busca do conhecimento, sabendo como somos pequenos em relação ao Universo”, explica Ronald.   

Dos jornais locais, a professora vai pinçando bons debates: “Somos todos maravilhosos e destrutivos. Capazes de amor e ódio. Perdoar é abrir mão do ódio e permitir que a vida continue”, diz a psicóloga Zenilce Vieira, em artigo intitulado “Razão e emoção”, publicado no Jornal O POVO (27 de março de 2016).

A jornalista Fátima Sudário, no artigo “Uma bela Quaresma”, reproduz o que caiu em suas mãos como “recomendações do Papa Francisco”: “sorrir, agradecer, lembrar ao outro o quanto você o ama; cumprimentar as pessoas todos os dias com alegria; ouvir com amor, sem julgamento; ajudar e estar atento a quem precisa...”.

Da teoria à prática. Pode ser que você se depare nos corredores com pequenos monitores de coletes amarelos que dedicam seus recreios a se aproximar, fazer amizade, ajudar quem está sozinho, recolher restos de lanche no chão. O projeto “Valores e Atitudes: convivendo e aprendendo a ser pessoa”, idealizado pelo Serviço de Orientação de Turma, põe em prática ensinamentos sobre generosidade e alteridade. Gestos simples e cotidianos que podem fazer muita diferença. 
 

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