Simplesmente Belo

26/10/2016

Ir ao Theatro José de Alencar me provoca um encontro com a cidade de Fortaleza. Uma cidade grande, cheia de problemas, brilho e  molecagem que só nós temos.

Ele está ali plantado no Centro da Cidade, no que nos identifica como cidade, com povo. A arquitetura do TJA faz os olhos dançarem. Imponente, contrasta com as ruínas do próprio Centro, que teima em guardar a história.

Foi ali, naquele templo das artes, que o Balé Jangurussu, da Edisca, começara suas primeiras apresentações e já se vão mais de duas décadas.

Lembro o frisson que causou o seu começo, um balé cheio de movimentos e sentimentos fortes, que trazia um grito e uma sensualidade bruta, no melhor sentido das palavras e que poderiam ser traduzidas por verdadeiro.

Dora Andrade, a idealizadora e guerreira que manteve esse ideal acesso, remonta as mulheres de fibra, uma Joana d'Arc sem escudo e espada, mas que deixa o cabelo voar em cima do seu cavalo negro.

Hoje, depois de diversas voltas que a terra deu em torno de si, ela sobe ao palco, ela só não, com algumas bailarinas do primeiro espetáculo. Mulheres carregando crianças nos braços e no útero. Meninas que ainda guardam um sorriso e as marcas das batalhas travadas  em uma sociedade desigual. Não desistiram. Aprenderam a guerrear.

A fala no palco é doce, suave... mas dispara a flecha: “Precisamos de todos que acreditam em sonhos e tem fome de realizar.”

Fortaleza, Edisca, Balé Jangurussu. Moças e rapazes que bailam com dedicação, com precisão, com graça e com fortaleza.

Aterro sanitário, urubus, plástica, drama, inspiração, decomposição, lixo, conquistas, perdas, público, compromisso, resistência... beleza.

Ivan Guimarães – Gerente do Setor de Comunicação

 

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