Tecendo Diálogos sobre a comunicação como caminho para relações saudáveis

A habilidade de se comunicar é uma das mais importantes características humanas.
13/10/2022

Uma boa comunicação é essencial para o desenvolvimento social, pois favorece a construção e o fortalecimento de vínculos, gerando confiança e sentimento de pertencimento.

 

Por meio dela, emoções, sentimentos, crenças e valores são revelados e, desse modo, conexões ou afastamentos sociais são desenvolvidos, já que conviver pressupõe abertura para ouvir e ser ouvido, para saber aceitar e acolher que o outro traz uma bagagem de vida diferente da nossa.

 

Na vivência escolar, as relações interpessoais acontecem de forma viva e a comunicação é um dos principais elementos mediadores dessas relações. Cada pessoa tem uma forma de se comunicar, que é aprendida ao longo da sua história de vida. A cultura, o contexto familiar, as relações de amizade e a formação educacional são alguns dos aspectos que interferem nesse processo. É por meio da comunicação que podem ser transmitidas confiança e segurança, inicialmente dentro da família e, posteriormente, por toda a rede de interações sociais, como a escola.

 

A escola é, portanto, um espaço onde essa diversidade encontra-se presente. Crianças e adolescentes lidam com ela para a construção das suas relações e também da sua subjetividade, favorecendo o autoconhecimento e o desenvolvimento das competências socioemocionais.

 

Comunicar-se, entretanto, está para além de falar. Perpassa conseguir compreender e ser compreendido, o que não é tão simples como parece ser, pois não é somente o que é falado, mas o como é falado e o que o outro consegue apreender e interpretar.

 

Quando a criança e o adolescente desenvolvem a habilidade da comunicação em prol do bom convívio, o resultado aparece em amizades e parcerias, mas discordâncias e conflitos também irão acontecer, pois a comunicação autêntica tem o objetivo de falar daquilo que não agrada, assim como o de comunicar necessidades individuais dentro de um ambiente coletivo.

 

Ao contrário do que pode parecer, as discordâncias e os conflitos são verdadeiras oportunidades para agregar aprendizados mútuos, quando mediados pelo diálogo. Ou seja, saber expor opiniões de forma clara, honesta, amigável e respeitosa, assim como ouvir de forma interessada é o caminho para uma boa convivência, mesmo em situações delicadas.

A Comunicação Não Violenta, conhecida como CNV, aborda essas questões, pois se trata de um método de comunicação e de uma maneira de enxergar a vida e as relações através da empatia e da compaixão. Para quem busca essa postura de vida, algumas reflexões são importantes e necessárias: observo as situações ao meu redor sem fazer julgamentos? Costumo expor o que eu sinto? Falo para o outro quais as minhas necessidades em cada situação específica? Ouço com atenção e interesse ou apenas quero falar?

Muitas vezes, com uma vida sobrecarregada por compromissos, horários e rotinas apertadas, é comum que os pais não fiquem atentos em como se comunicam com seus filhos. Nesse sentido, a Comunicação Não Violenta propõe relações baseadas no ouvir, no respeito mútuo, na segurança emocional e na comunicação positiva.

Embora a sociedade esteja imersa em um modo de funcionar acelerado e as mídias digitais pareçam superar as interações físicas, a importância da conversa e do diálogo frente a frente não pode ser subestimada.

Para tornar a comunicação e o diálogo mais efetivos, é necessário oferecer uma escuta ativa, que é a capacidade de ouvir com todos os sentidos, e não somente com a audição, pois o que está sendo comunicado se apresenta também de maneira não verbal, exigindo presença, atenção e disponibilidade.

A conexão criada pelo diálogo entre indivíduos constrói redes de apoio, oferecendo a sensação de suporte, fortalecendo as relações. Afinal, a essência de uma comunicação saudável é a capacidade de nos entregarmos a um contato mais autêntico com nós mesmos e com o outro. Assim, seguem aqui algumas sugestões para estabelecermos uma melhor comunicação:

  • Pensar antes de falar;
  • Observar o tom de voz, ajustando-o se necessário;
  • Ter disponibilidade (tempo e interesse) para ouvir;
  • Colocar-se no lugar do outro;
  • Prestar atenção na sua e na linguagem não verbal do outro.

Nesta construção de um ambiente cuja comunicação positiva e assertiva prevaleça, família e Escola comungam de um mesmo objetivo: educar e ensinar crianças e adolescentes a se posicionarem de forma empática em suas relações, conhecendo e comunicando suas necessidades, preferências, desejos e medos ao mesmo tempo em que se abrem para ouvir, acolher, respeitar e criar uma afinidade mútua.

 

Serviço de Psicologia Escolar – SPE

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