Dia Internacional da Enfermagem

Leia a íntegra da entrevista com Mara Cynthia Ximenes Pinheiro.
12/05/2021

Nunca foi tão importante celebrar o Dia Internacional da Enfermagem: 12 de maio. Embora se fecharmos os olhos, como nos convida a enfermeira Mara Cynthia Ximenes Pinheiro, e visualizarmos qualquer equipamento de saúde, sempre haverá um profissional do cuidado. Através da Mara, mãe da sempre aluna Alba e do aluno do 9º ano André, aplaudimos todas as profissionais de enfermagem que são mães de alunos e sempre alunos do Colégio Santa Cecília. Tratá-las no feminino é reconhecer que, na grande maioria, são mulheres que dominam essa ciência do cuidado, tão fundamental em todos os tempos. Agradecemos aos enfermeiros também e a todos os profissionais de saúde que estão na linha de frente do enfrentamento à Pandemia. Mara é formada pela UFC, tem mestrado na UECE e atua exclusivamente no SUS, em um posto de saúde, e dando formação na Escola de Saúde Pública aos profissionais que vão manejar o capacete Elmo, uma tecnologia desenvolvida no Ceará que tem salvado tantas vítimas da Covid.

Ela nos ensina: “O trabalho da enfermagem que agora ganhou tanta notoriedade era muito silencioso. É muito peculiar porque o nosso objeto de estudos é o cuidado. Temos o cuidado nas mãos e isso tem sido fundamental neste momento de pandemia, que exige um grande mutirão pela vida humana. No hospital, estamos 24 horas ao lado do paciente, não tem sono, não tem cansaço. É a maior massa trabalhadora da área da saúde, um contingente feminino imenso. Hoje o que um paciente com Covid mais precisa é de cuidado, afeto, acolhimento e a intervenção da ciência. Eu quero deixar uma mensagem de coragem, fé e esperança. Não podemos desistir, achar que não terá uma solução. A fé que move nossa esperança tem que ser diária, porque nós vamos superar tudo isso”.

Leia a íntegra da entrevista com Mara Cynthia Ximenes Pinheiro.

CSC – No Dia Internacional da Enfermagem, você pode nos contar sobre sua trajetória profissional na Enfermagem?
Mara – Eu consigo enxergar a minha profissão muito próxima da profissão do professor.  Trabalho em um posto de saúde desde que me formei pela UFC, em 1997, e me tornei enfermeira vocacionada para trabalhar com Atenção Primária em Saúde. Sou fruto da escola pública e da universidade pública, pela minha condição financeira vinda do interior. Tenho Mestrado pela UECE. Posso dizer que sou muito feliz com o meu trabalho. Conheço meus pacientes pelo nome, seus filhos, suas crianças, acompanho os pré-natais. Fazemos um trabalho muito rico com as comunidades da Quadra, do Campo do América e do Trilho. São as comunidades vulneráveis na Aldeota, mas atendemos 100% do bairro. Qualquer pessoa que chegue à nossa unidade será muito bem acolhida. O trabalho da enfermagem que agora ganhou tanta notoriedade era muito silencioso. É muito peculiar porque o nosso objeto de estudos é o cuidado. Temos o cuidado nas mãos e isso tem sido fundamental neste momento de pandemia, que exige um grande mutirão pela vida humana. No hospital, estamos 24 horas ao lado do paciente, não tem sono, não tem cansaço. É a maior massa trabalhadora da área da saúde, um contingente feminino imenso. Hoje o que um paciente com Covid mais precisa é de cuidado, afeto, acolhimento e a intervenção da ciência.

CSC – Verdade. Nunca foi tão importante reverenciar essa profissão.
Mara – Se você fechar os olhos e pensar em qualquer equipamento de saúde, vai perceber que sempre terá uma enfermeira. Estou falando no feminino porque é uma profissão genuinamente feminina, embora tenhamos muitos homens enfermeiros. O cuidado é uma característica aparentemente feminina, mas, ao longo dos últimos anos, temos feito um trabalho enorme para educar os nossos filhos para que cuidem, para que se engajem e tenham uma visão mais feminina do mundo. É uma profissão extremamente rica, cheia de possibilidades. Sou enfermeira da Atenção Primária há mais de 20 anos. Atuei na UTI do Hospital Geral por mais de 10 anos e, desde 2018, estou na Escola de Saúde Pública, agora fazendo a capacitação e treinamento dos profissionais que treinam e aplicam o Capacete Elmo, um grande desafio. Sou servidora pública estadual e municipal, tenho o compromisso de servir à comunidade. Eu trabalho exclusivamente no SUS, por isso defendo e ajudo a construir esse sistema de saúde. Eu queria deixar registrada a importância de as pessoas conhecerem o trabalho da enfermagem como uma ciência, como profissão necessária para executar muitas coisas dentro dos equipamentos de saúde e, o mais importante, que tem como finalidade o cuidar. Lutamos por alguns reconhecimentos sociais. No caso hoje, pelas 30 horas de trabalho semanais, porque a sobrecarga é muito grande, e uma melhor remuneração, que inclusive está ligada a uma diferença salarial de gênero.

CSC – Como é a sua relação de mãe de aluno e ex-aluna do Colégio Santa Cecília?
Mara – Meus filhos Alba (23 anos, sempre aluna) e André (14 anos, aluno) fazem parte do Santa Cecília. Sempre tive admiração pela Escola, por todas as diretoras e professoras e por todos aqueles que me ajudam na construção da trajetória dos meus filhos. O André hoje está no 9º ano e percebo a importância para ele e Alba do valor que a Escola traz na formação moral, no cuidado, na formação religiosa, no cuidado com o outro, na sensibilidade e na fraternidade com o próximo. Então, eu percebo a Escola muito próxima do que eu faço no meu trabalho. Tenho muito respeito pelo Santa Cecília e sou muito feliz com a Escola que meus filhos estudam, porque me fortalece por saber que estão bem. Mesmo que tenha algo a resolver, sei que serei bem acolhida. Tenho muita admiração por todos os professores da Escola e muito carinho e afeto pela importância que fizeram na vida dos meus filhos. Choramos juntos a partida do professor Aníbal porque ele tinha muita vida pela frente e uma doença que tem vacina seria possível evitar. Torço diariamente para que essas patentes sejam quebradas e que a vacina chegue para todos.  

CSC – Que mensagem você deixa para a nossa comunidade educativa? Como podemos contribuir neste momento de pandemia com os profissionais da saúde? 
Mara – Eu quero deixar uma mensagem de coragem, fé e esperança. Não podemos desistir, achar que não terá uma solução. A fé que move nossa esperança tem que ser diária, porque nós vamos superar tudo isto. Então, eu quero deixar para vocês esta mensagem de força e otimismo, embora muito cansados, temos instrumentos para conseguir. Temos a ciência, que ajuda e é nosso pilar e faz muita coisa pelo ser humano; a fé em Deus; e é preciso muita disciplina em oração e amor ao próximo. Finalmente, temos que ter uma irmandade parceira e fraternal que entende o outro, que o acolhe e o escuta. Não podemos abraçar com os braços, mas abracemos com o coração e o afeto. Cada um na sua função tem como ajudar. E neste 12 de maio, Dia Internacional da Enfermagem, quero dividir essas homenagens com todas as amigas enfermeiras cujos filhos estudaram ou estudam no Santa Cecília. O SUS é assim, nós acolhemos, respondemos, cuidamos e não fazemos nada sozinhos.

 

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