A EURO é sempre uma viagem que desperta intensidades. Muito tempo de preparação, muitos dias de viagem, muitos países a conhecer, muitos idiomas diferentes... Neste sábádo, dia 13 de junho, acontece um novo embarque que marca vinte anos do Projeto EURO, a Viagem Pedagógica que leva alunos do Santa Cecília para uma expedição pela Europa a cada dois anos.

Para marcar a data, publicamos o artigo do Dr. Wagner Filgueiras, ex-aluno do Santa Cecília que participou da primeira EURO e hoje acompanha o projeto como médico. Ele foi entrevistado por dois alunos que viajam agora em 2015: João José Pessoa (1º A) e Ingrid Forti (1º A).

EURO: 20 anos de viagens
*Wagner Filgueiras

Há vinte anos, quando fui um dos pioneiros do Projeto EURO, minhas expectativas eram de quem faria uma viagem, iria conhecer países, culturas, belos lugares... Aos 15 anos, acreditava que o projeto EURO se tratava simplesmente de uma viagem recreativa. Só depois foi que entendi que a experiência que vivemos é muito mais que isso, é uma preparação para a vida de adulto, uma espécie de simuladão sob os cuidados e orientação de educadores que me prepararam para as situações que viveria em minha trajetória. Ainda hoje, quando tenho que tomar decisões e julgar fatos de meu cotidiano, às vezes me remeto a momentos da EURO 95. O projeto EURO foi muito importante para a minha vida.

O meu país preferido foi e ainda é a França. Paris superou as minhas expectativas em 95 e me surpreende a cada vez que volto. Visitar o Mont Saint Michel, que conheci nas edições seguintes da EURO, sempre é um momento muito especial da viagem. Os roteiros da EURO têm um esqueleto básico que contempla as cidades clássicas do turismo europeu e a este são acrescentados, a cada projeto, alguns lugares alternativos, seguindo eventos ou indicação de colaboradores. Este ano vamos a Milão, pelo advento da EXPO Milano 2015. Tive o prazer de uma indicação minha, a Cinque Terre na Costa Azzurra italiana, ter sido acrescentada à EURO 2013 e contemplada também este ano.

Vontade de ir à Europa e conhecer vários países acredito que seja comum entre os jovens, mas foi o entendimento de meus pais de que eu iria participar de um projeto pedagógico revolucionário e seus esforços para me proporcionar esta experiência que me levaram a desenvolver o desejo e a disposição para encarar essa aventura vanguardista.

Sempre deixamos de fazer alguma coisa pontual nas viagens, porém meu espírito de entusiasta da EURO não me desperta arrependimento, mas sim vontade de retornar e completar aquela programação. Na EURO 95, não tivemos tempo de subir a Torre Eiffel e, de certa forma, acredito que esse evento ajudou em meu desejo de voltar e ampliou o meu prazer em contemplar aquela vista da cidade-luz.

Participar como aluno do Projeto EURO foi um divisor de águas em minha vida, trago esta marca de ex-aluno EURO por todo o meu caminho. Voltar como médico pela quarta vez é reviver em mim o espírito do aluno, do eterno aprendiz e, simultaneamente, provar do estímulo que é ser um educador, característica tão marcante em minha família.

É muito difícil eleger um momento específico da EURO 95. O que me marcou de verdade por todo o período da viagem foi que, mesmo a quilômetros de distância, eu me senti mais próximo da minha família do que sentia no nosso dia a dia.  A cada nova experiência, a cada novo local conhecido, a cada obra contemplada, eu sentia uma vontade tão grande de comentar, de compartilhar aqueles momentos com minha família que eu os sentia muito próximos a mim. Anos depois tive o privilégio de ir a alguns desses locais com meus pais, e foi uma emoção inexplicável reviver aqueles dias com a presença física deles.

*Dr Wagner Filgueiras é ex-aluno do Santa Cecília, participou da primeira EURO como aluno e hoje acompanha o projeto como médico. Ele foi entrevistado por dois alunos que viajam agora em 2015: João José Pessoa (1º A) e Ingrid Forti (1º A).