“Hiperconexão – relações virtuais/violências re@is?”

O tema foi discutido no projeto Adolescência em Movimento 2021.
17/05/2021

Adolescência em Movimento é um projeto do Colégio Santa Cecília que abre o diálogo com alunos do 8º ano do Ensino Fundamental ao 2º ano do Ensino Médio sobre temas contemporâneos e pertinentes à reflexão coletiva. Na edição deste ano, em tempos de isolamento social, o tema não poderia ser mais apropriado: “Hiperconexão – relações virtuais/violências re@is?”.

Para discutir com os alunos sobre essas questões, a Escola convidou a Professora Cristiane Parente, doutora em Ciências da Comunicação (Universidade do Minho, Portugal), mestre em Educação, Tecnologias e Comunicação (Universidade de Brasília - UnB) e também mestre em Comunicação, Educação e Cultura (Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha).

Cristiane abriu a sua fala ressaltando que, independentemente de as relações serem mediadas por uma tela, elas são reais. “Lembrem-se sempre, por mais que falemos em virtualidade, estamos tratando de um mundo real. A nossa vida está on o tempo inteiro, com exceção daquelas pessoas excluídas digitalmente, o que também é um tipo de violência ligada à exclusão de direitos”, afirma. Isso demarca duas questões centrais na discussão: a responsabilidade ética de todos ao usarem as redes sociais e a desigualdade de direitos que marca a educação no Brasil, ainda mais explicitada durante a pandemia, quando muitos não puderam estudar em razão da exclusão digital. “Equilibrar participação e proteção é sempre importante”. 

O brasileiro fica em média 10 horas na internet. O que isso quer dizer? Conhecemos de fato as plataformas? Compreendemos a política dos algoritmos que nos leva a navegar em “bolhas” e perder a dimensão da diversidade do outro? A pesquisadora apresentou dados atualizados muito relevantes para se pensar o tema, como os reflexos dos padrões estéticos na autoestima das pessoas. A conversa transitou em torno da questão: quando um comportamento pode ser considerado violento? Cristiane trouxe uma série de reflexões a partir das respostas dos alunos, ressaltando que a dor do outro nunca pode ser desconsiderada. Precisamos respeitar o que as pessoas são e entender que tudo tem um ponto de vista. 

A fala fluida, contundente e aberta, além de pautada em dados e estudos desenvolvidos no mundo inteiro, tornaram o diálogo extremamente franco e participativo. Se, por um lado, a hiperconectividade facilita a violência virtual, a forma de combatê-la é estar em constante estado de vigilância, atento ao outro e às diferenças culturais, à importância de evoluir social e historicamente. Em síntese, precisamos cada vez mais nos humanizar, ser tomados pela empatia, que nos diferencia dos outros animais. Estar em permanente diálogo.

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