“No ano passado, recebi um convite para participar de um concurso nacional, o PRÊMIO NÍSIA FLORESTA DE LITERATURA – 210 ANOS, promovido pelo Museu Nísia Floresta, da cidade homônima, no meu Rio Grande do Norte.

Durante aquele pequeno recesso que tivemos, em agosto de 2020, fui visitar minha terra natal, Mossoró, e lá comecei a estudar a história desta conterrânea: Nísia Floresta Brasileira Augusta, nascida em 1810, no belo lugarejo chamado Papary, em terras potiguares. Cresceu em meio a muitas desigualdades, mas teve a oportunidade de estudar e de entender que o mundo deveria ser diferente daquele em que ela vivia, pois era período de escravidão, de coronéis, de submissão da mulher e de outras tantas chagas humanas.

Muito à frente de seu tempo, começou a escrever poemas, cordéis, livros, artigos com posicionamentos diferentes daqueles que vigoravam até então.

Uma das suas principais obras é o livro ‘Direito das mulheres e injustiça dos homens’, em que ela levanta a voz da mulher como sujeito da história. Outro livro de destaque é ‘A lágrima de um Caeté’, no qual expõe sua preocupação com os povos indígenas, tão perseguidos desde 1500.

Fiquei encantado com a força dessa mulher. Hoje entendo a importância de seu papel para as grandes transformações ocorridas desde então. No entanto, precisamos acordar o espírito de Nísia Floresta nas mulheres e nos homens da atualidade para que um mundo mais justo seja construído através da união de todos nós.

Ao me inscrever no prêmio, meu objetivo era ficar entre os 20 melhores cordéis que fariam parte do livro, ao lado da minha maior referência nessa arte, que é o poeta Potiguar Antonio Francisco. Assim, conquistar o terceiro lugar nesse concurso me encheu de alegria e de esperança que a voz dessa mulher tão importante para a história do nosso País possa, hoje, gerar as transformações sociais que são tão urgentes. Conheçam e deixem Nísia Florestar a nossa vida”.

Gilson participa neste sábado, 20 de março, do III FESTIVAL LITERÁRIO DE NÍSIA FLORESTA - EDIÇÃO VIRTUAL.

Transmissão ao vivo através das seguintes redes sociais:

YOUTUBE - RPTV : https://www.youtube.com/watch?v=j4u5q0zk1wA

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Ilustração de Paula Cardoso (Revista Piauí)