Otávio é aprovado na UECE, USP e UNESP

Em entrevista, ele conta sobre suas escolhas e desafios. 
23/03/2021

A “aventura” da ciência é o caminho que Otávio Higino Moura de Alencar escolheu trilhar para si. Ele foi aprovado, nos últimos vestibulares, em 1º lugar em Física na UECE, 2º lugar em Engenharia Ambiental na USP e Física Biológica na Unesp. Reage a essas grandes aprovações com tranquilidade, mesmo tendo sido em um ano de pandemia. Otávio estudou no Colégio Santa Cecília do 9º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. Em entrevista, ele conta sobre suas escolhas e desafios. 

Colégio Santa Cecília - Você teve excelentes aprovações nos últimos vestibulares, tanto na UECE como na Unesp e na USP. Como se sente com esses resultados e com a possiblidade de estudar nas melhores universidades públicas do País?
Otávio Higino - Muito bem, obrigado!

CSC – O ano de 2020 foi desafiador para o mundo e difícil em termos de preparação para concursos tão concorridos como Enem e vestibulares. Como você fez para se preparar e conquistar resultados tão expressivos em meio a uma pandemia?
OH - O Enem pode ser um pouco duro às vezes. No entanto, foi supertranquilo, já que não se trata de uma prova difícil, mas de uma tortura desnecessariamente longa, chata e alienante, que preza mais pela paciência e prática do que pelo conhecimento do aluno. Então, eu só tive que tomar um pouco de café com leite e vergonha na cara para resolver umas provas anteriores. De resto, só estudei direitinho no 1º e no 2º ano, depois uma coisinha aqui outra ali, e a mágica aconteceu! Videoaula também ajudou.

CSC – Você pode nos contar um pouco de sua trajetória escolar? Desde quando começou a estudar no Colégio Santa Cecília e qual o papel da Escola na sua formação e na conquista desses resultados?
OH - Posso. Entrei no 9º ano. Mas só no 1º ano do Ensino Médio comecei a fazer olímpiadas pela Escola, o que, posteriormente, me despertou interesse por assuntos mais aprofundados. Além disso, tive até mesmo a oportunidade de participar de uma seletiva de olímpiada internacional no Rio de Janeiro. Eu diria que esse episódio me fez perder o medo de qualquer vestibular, e, mesmo que eu tenha tido algumas dores de cabeça e certas desilusões de passagem, acho que foi um evento enriquecedor. Certamente, jamais me esquecerei de tal experiência! Deixo minha homenagem ao coordenador Armênio e aos professores Fabiano Matoso, Paulo Wagner, Rafael Hartje, Robério, João Paulo, Sâmia Lima, Milton Soares, entre vários outros cujos sobrenomes não me recordo.

CSC – Você é um jovem que já viajou muito. Como as diferentes culturas e vivências interferem na sua formação como ser humano e na escolha profissional?
OH - De fato, tive a oportunidade de morar num lugar civilizado, onde era normal andar de metrô e professores são tratados como gente, o que eu considero algo admirável. Fora isso, eu pude comprovar que nem todo árabe é homem-bomba e que nem todo coreano come cachorro. Também aprendi a dizer obrigado em 23 idiomas, mas já me esqueci da maioria.

CSC – Você escolheu cursos que têm grande importância científica, como física, engenharia ambiental, e foi selecionado para vagas olímpicas na Unesp. Já se decidiu por qual irá optar e qual a importância da ciência na sua perspectiva?
OH - Ainda não decidi. Escolher me dá dor de barriga. E quanto à ciência, devo dizer que sua importância transcende sua utilidade, já que as grandes invenções são consequência dos conhecimentos sobre a natureza. Todavia, parece que nosso País ainda não entendeu isso direito, já que seria elogio chamar o corte de orçamento das universidades de sucateamento. Além de sermos uma sociedade que pouco valoriza cientistas em comparação com médicos e engenheiros. Certamente, esse panorama não é muito bom para "aventureiros" como eu. Espero que Deus tenha misericórdia de mim e de todos os corajosos que quiserem trilhar esse caminho.

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