Sempre Alunos na Noite das Profissões

Uma conversa com Nilo Macena, que é designer e faz mestrado na França.
07/07/2020

É alegria de mão dupla quando um sempre aluno do Colégio Santa Cecília “retorna” à Escola, seja como educador, para uma visita, trazendo seus filhos, seja para contribuir na formação dos nossos alunos. Tem sido assim ao longo dos anos do Projeto Noite das Profissões, uma iniciativa do Ensino Médio que promove anualmente encontros entre profissionais de diversas áreas com alunos do 2º e 3º ano do Ensino Médio, para ajudá-los a fazer uma escolha profissional mais consciente. Muitos dos profissionais que chegam para dividir suas experiências já estiveram na condição de alunos.

No primeiro encontro deste ano, já em formato remoto, a Escola recebeu Nilo Macena, um sempre aluno do Colégio Santa Cecília. Graduado em Design pela Universidade Federal do Ceará, Nilo atuou em empresas como Abracadabra (CE), Estúdio Mola (PE) e Ana Couto Branding (SP). Atualmente faz seu mestrado na área do Design de Informação em L’École de Design de Nantes, na França, e estagia no Setor de Pesquisa e Desenvolvimento em Design da EDF, a maior companhia de eletricidade do País.

Confira a conversa leve de Nilo com o Setor de Comunicação da Escola:

 

SC – Você participou do Projeto Noite das Profissões do Colégio Santa Cecília conversando com os alunos sobre sua área de atuação? Como é “voltar” à Escola nesse outro lugar?

NM - Olha, é bem diferente, claro. Em um primeiro momento, tanto pelo papel de aluno que já tive como agora no papel de profissional. Mas o que foi legal de sentir nesse bate-papo é que algumas dúvidas transcendem o mercado. Nem sempre temos todas as respostas e a proposta da Noite das Profissões de ser um bate-papo é de fato a melhor forma para se levantar questões e se permitir a vantagem da dúvida, que nos faz procurar algo com mais interesse e precisão. Outra "vantagem", se assim posso dizer, é o fato de conhecer bem a Escola, a proposta de ensino, por já ter estado neste lugar e ter uma familiaridade maior com o que se espera, os sentimentos existentes nessa fase da vida, tipos de questões que surgem, tudo isso diminui essa suposta "distância" entre o aluno e o profissional.

SC – A sua área de atuação, o design, está presente em tudo que consumimos. Como você vê o mercado e como tem sido a experiência na França?

NM - Na França, minha área de estudos está voltada para o design de informação e estou me aprofundando profissionalmente no setor de Pesquisa e Desenvolvimento através do design. O mercado em si não é necessariamente mais fácil que o mercado brasileiro porque depende sempre da modalidade e do setor de trabalho de cada profissional, mas o que me agrada bastante na minha experiência é a valorização do profissional no mercado – mais pessoas conhecendo e sabendo mais sobre a diversidade de atuações do design e a gama de oportunidades existentes. Mesmo que as quantidades não sejam exorbitantes, a variedade de oportunidades que vi até o momento me animaram bastante em relação ao futuro da minha carreira.

SC – A Europa, felizmente, já está em fase de reabertura, mesmo sob os riscos de uma segunda onda, diferente do que vivemos hoje no Brasil. Como você tem passado por esta pandemia? O que poderia nos dizer de mais animador, já que ainda estamos com índices muito elevados de contágio da doença?

NM - O enfrentamento à pandemia se baseia em como a população, como um coletivo, reage às ações e decisões tomadas. Desde o começo do desconfinamento aqui na França, em junho, à medida que as semanas passavam, serviços iam retornando ao funcionamento e a população foi adaptando seu estilo de vida à nova realidade. Infelizmente, muitas aglomerações já aconteceram sem as medidas de proteção recomendadas, mas o número de casos continua aceitável dentro de um limite de acolhimento por parte dos hospitais, sem dar a impressão de que teremos uma segunda onda de contaminação. Acho que, em suma, a boa notícia seria "existe vida com a Covid-19" (haha). Não diria nem mesmo "pós" porque não é como se tivéssemos superado o vírus ou algo assim, mas no país estamos aprendendo a viver com esta nova realidade e as condições de trabalho, serviços e lazer que nos são determinados.

SC – A última pergunta é sobre as suas memórias da Escola. O que você se lembra com carinho desse período?

NM - Acho que mais do que o período de sala de aula, o que mais tenho carinho são os intervalos entre aulas, o recreio e esses outros momentos que às vezes passam sem percebermos seu valor. Essa quebra da seriedade, da concentração e às vezes tensão do estudo, em que compartilhamos com as pessoas que estão a nossa volta.

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