Sorrimos com toda razão

Beatriz Freitas integra o grupo da Euro e nos emociona com seu modo de traduzir a experiência.
19/07/2017

“Talvez demore um pouco para eu entender tudo que eu já vivi. Talvez demore um pouco para eu entender tudo que eu aprendi.
Aprendi que podemos enfrentar desafios maiores. Podemos criar sorrisos. Somos semeadores de alegria pelo mundo. Aprendi que, para uma risada, cada segundo conta. Aprendi que cada momento é único. Aprendi que a Euro não volta.

Uma coisa muito importante que eu aprendi na Euro foi a deixar para trás. Deixar ir. E deixar vir. Logo no começo, já sabíamos que íamos deixar e perder muita coisa: vivências, momentos, sentimentos, pessoas... E ganhar muita coisa em troca. Aprendi a não olhar para trás nas minhas decisões. A viver o que eu escolhi viver, porque muitas vezes não se pode viver tudo, mas se pode viver ao máximo cada momento, mesmo com as coisas que perdemos no caminho.

E o caminho é longo. Longo e sem volta. Por isso cada dia é uma aventura sem volta, um sentimento único que não pode se perder, que não vai se perder no meio dos dias.

No começo, não sabia o quanto viveria até agora. O quanto eu cansaria. Mas, mesmo no cansaço de subir a torre até o topo, no momento ofegante de chegar ao último degrau, a vista vale à pena.

Deixamos tantas coisas para trás. Deixamos algumas besteiras. Deixamos algumas manias. Deixamos parte de nós mesmos que agora já não são mais nossas.
Fizemos pessoas sorrirem. Sorrimos para as pessoas passando na rua. Sorrimos para nós mesmos. Sorrimos sem razão. Sorrimos com toda razão.

Fomos o melhor que pudemos uns para os outros. Ensinando a ver aquilo que estávamos cegos demais pra ver. Ensinando a ser aquilo que não sabíamos que podíamos ser. Crescemos, em estatura e em tantos outros aspectos.

Deixamos os tombos na neve de Jungfraujoch nos ensinarem a levantar. Deixamos a água gelada de Verona nos acordar! As subidas e as descidas do caminho nos levarem pela vida. Deixamos a cantoria do ônibus nos envolver.

Desejamos, jogamos moedas na fonte para tentar materializar aquilo que, para nós, era só um sonho. As cores do pôr-do-sol de San Marino coloriram nossos dias.
Às vezes, não percebíamos o que estávamos vivendo, experimentando, aprendendo.

E mesmo que a memória não dure para sempre, nem as coisas que trouxemos no caminho, espero que aquilo que aprendemos dure para sempre. Não só o que aprendemos com os city tours e com os museus, mas as coisas que aprendemos entre nós.  A maior surpresa, mesmo com todas as coisas monumentais que vimos, veio de nós mesmos.

O Ivan (Guimarães) nos perguntou por que Impérios caem. Pensei muito sobre isso. E acho que os Impérios caem porque a vida é cheia de ciclos. Porque talvez a falta de eternidade das coisas seja algo bom. Talvez voltar para casa daqui a oito dias seja uma coisa boa. Porque as melhores coisas também acabam. E porque a vida é longa demais para se prender em um momento só. É preciso viver e continuar vivendo, aventurando-se e mudando. A Euro é diferente para cada pessoa. As vivências são diferentes para cada pessoa. Cada um vai seguir um caminho diferente, assim como Van Gogh seguiu o seu. Mas todos os caminhos levam a Roma, assim como nossos caminhos levam a Deus. Tenho certeza que nossos caminhos ainda vão se cruzar muitas vezes depois da Euro. O mundo é grande o suficiente para se perder, mas pequeno o suficiente para se encontrar.

Bia B. Freitas

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